Os servidores públicos tocantinenses também tiveram espaço para demonstrar sua indignação com os escândalos e o rombo milionário causado ao Igeprev. O presidente do SISEPE-TO, Cleiton Pinheiro e o presidente do SINTRAS-TO, Manoel Miranda, foram convidados como representantes da categoria, mas havia pelo menos 15 presidentes de sindicatos e associações dos militares presentes no plenário.
Em sua fala, o presidente do SISEPE-TO fez um breve relato pontuando todas as principais ações adotadas pelas entidades classistas tocantinenses em busca de esclarecimentos sobre a situação do Igeprev. E defendeu que a gestão do Igeprev fique com os servidores públicos concursados. “Nosso principal objetivo é alterar a legislação do Igeprev. Do jeito que está, a lei dá poderes demais ao governo. Está na hora de passar essa gestão para os servidores públicos. Da composição da diretoria executiva, passando pelo Conselho Fiscal até o Conselho de Administração; uma gestão feita por servidores de carreira, indicados pelas entidades classistas, podendo ser trabalhada até uma lista tríplice para o Governador escolher. Mas, que seja entre servidores efetivos e indicados pelas entidades”, afirmou o presidente.
Já Manoel Miranda, denunciou que o Conselho de Administração, embora seja paritário (com o mesmo número de participantes para o Governo e para os servidores públicos), na prática, não é assim que acontece. “O Conselho não tem autonomia para discutir a aplicação dos recursos.” E complementou: “Estamos aqui para defender o que é nosso. E eu trago a indignação dos servidores públicos tocantinenses, a insegurança de quem não sabe se vai ou não se aposentar com tranquilidade”, disse.
Samuel Chiesa, diretor-administrativo e financeiro do SISEPE-TO é um dos representantes dos servidores, no Conselho de Administração do Igeprev. Ele estava na audiência e foi chamado pela senadora para também colaborar com as discussões. “Grande parte desses problemas que vemos hoje no Igeprev é por falta de transparência do próprio Conselho de Administração. Tenho minha consciência tranquila, pois tenho pedido insistentemente as informações. Mas, elas são negadas. Apesar do Conselho ser paritário, na prática isso não existe. Numa das reuniões, quando aparece a possibilidade de investir no BMG e no Banco Rural, eu disse que não concordava em aplicar o dinheiro em Instituições que tinham um passado comprometedor. Passados dois anos, viemos a Brasília reunir com o ministro da previdência e buscar os relatórios das auditorias. Foi quando descobrimos que tinha dinheiro do Igeprev justamente naqueles fundos que não aprovamos, como por exemplo, no Banco Rural”, contou.
O presidente do Sindicato dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado (SINSTEC-TO), Paulo Henrique Silva, também foi chamado e em seu pronunciamento questionou o secretário Lúcio Mascarenhas, a respeito da nota pública assinada por ele, na qual tentou imputar a responsabilidade pelos prejuízos no Igeprev, aos Sindicatos e Associações. “Os únicos que não têm culpa são os Sindicatos. Nós é que fomos atrás das informações para saber o que realmente estava acontecendo com o Igeprev”.