Os desmandos e prejuízos causados aos recursos do Fundo de Previdência do IGEPREV foram o assunto de uma reunião entre o novo presidente do Instituto, Jacques Silva Sousa, e os líderes das entidades classistas que representam os servidores públicos estaduais. A reunião foi solicitada pelas entidades e aconteceu nesta terça-feira, 03, reunindo presidentes de Sindicatos e Associações dos Militares.
O SISEPE-TO participou e solicitou ao presidente do IGEPREV que esclareça a real situação dos fundos de investimentos, quais estão desenquadrados, o valor dos prejuízos consolidados e quanto está investido em cada um deles. “Também queremos saber os valores dos repasses atrasados e o que está sendo feito para que isso seja regularizado. Ficamos sabendo por meio da imprensa que a Política de Investimentos de 2015 já foi definida. Queremos conhecer essa Política”, argumentou Cleiton Pinheiro. Os outros presidentes de Sindicatos e Associações também fizeram diversos questionamentos ao presidente do IGEPREV. A falta do Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) também foi discutida na reunião.
O presidente Jacques Silva disse aos sindicalistas que encontrou o Instituto em situação difícil e afirmou inclusive que alguns documentos referentes à gestão passada desapareceram do órgão.
Em entrevista publicada no último dia 25, Jacques Silva afirmou que as aplicações em fundos sem rentabilidade e de difícil recuperação devem gerar um prejuízo de mais de R$ 1,2 bilhão ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) dos servidores do Estado. Nas entrevistas, ele também criticou a gestão entre 2011 e 2014 por mudar a política de investimentos de fundos seguros para fundos podres classificando os ex-gestores de corruptos. As entrevistas foram publicadas um dia após a nomeação José Carlos Rodrigues Bezerra para presidir o Conselho de Administração do IGEPREV, pelo Ato Nº 147, do governador Marcelo Miranda. Os presidentes das entidades classistas questionaram Jacques Silva sobre a nomeação de José Carlos já que ele tem duas ocorrências no Cadastro de Responsáveis com Contas Julgadas Irregulares (CADIRREG) do Tribunal de Contas da União (TCU). José Carlos também tem contra si uma condenação da Câmara de Valores Mobiliários (CVM) que lhe imputou responsabilidades no descumprimento de normas de administração e gestão de fundos de investimentos no Banco da Amazônia.
O presidente do IGEPREV defendeu a nomeação de todos os novos conselheiros do Instituto, disse que quer fazer uma gestão compartilhada e que a intenção é “organizar a casa”.
Os Sindicatos, por sua vez, cobraram medidas enérgicas para punir os responsáveis pelo rombo e enfatizaram que a categoria não abre mão que a gestão do IGEPREV seja feita por servidores públicos efetivos do Estado do Tocantins, conforme projeto de Lei que tramita na Assembleia Legislativa.
Eles ressaltaram a importância da aprovação da lei que altera a estrutura administrativa do IGEPREV para que a gestão dos recursos seja feita por quem é de direito. Jacques Silva disse que ainda não tem conhecimento do teor do projeto de lei, mas que vai discutir o assunto com as entidades e sugerir algumas adequações.(Assessoria de Comunicação SISEPE-TO, Ana Mariana Araújo)