Paula Bittencourt - Palmas
Jornal do Tocantins, 01 de abril de 2015 (quarta-feira)
O governo do Estado desembolsou R$ 57 milhões para pagamento de servidores comissionados e contratados temporariamente nos três primeiros meses do ano. Somente em março, o montante foi de R$ 30 milhões. A informação é do secretário estadual da Administração, Geferson Barros, durante audiência pública realizada ontem na Assembleia Legislativa.
De acordo com os números apresentados pelo secretário, em janeiro deste ano foram gastos R$ 12,5 milhões com comissionados e servidores em contratos temporários. Já em fevereiro o valor subiu para R$ 14,5 milhões e, em março, chegou a R$ 30 milhões. Em entrevista ao Jornal do Tocantins após a audiência, Barros argumentou sobre o crescimento nas despesas e disse que nos valores apresentados por ele também estão contabilizados os pagamentos de natureza indenizatória.
Apesar da curva crescente nas despesas com servidores contratados ou comissionados, para o secretário da Administração, a folha tende a sofrer uma estabilização. “Há uma necessidade efetiva de contratação, mas a redução prevista em lei nós vamos implementar, com redução de 20% nos cargos em comissão. Já houve uma redução prevista na estrutura formal do Estado e ela vai ser respeitada”, explicou.
Ainda de acordo com o secretário, novos cortes devem ser feitos.
SALÁRIOS
O pagamento dos salários, que está sendo feito a cada dia 11, deve continuar nesta data pelo menos até agosto. A expectativa foi apresentada pelo secretário estadual da Fazenda, Paulo Afonso Teixeira, que também participou da audiência pública. Ele frisou que a crise nas contas do governo ainda deve refletir pelos próximos meses. “Ainda não temos plena capacidade de pagamento. Por isso que a folha está sendo paga lá pelo dia 10 ou 12. Mas acredito que no segundo semestre a gente alcance esse equilíbrio e a gente volte a pagar essa folha no dia certo”, ponderou.
Para Teixeira, é preciso cautela ao fazer novos gastos. “É bastante simples a equação: é preciso que haja cuidado no investimento para geração de riqueza”, concluiu.
AUDIÊNCIA
A audiência pública foi proposta pelo líder da bancada do governo, deputado estadual Paulo Mourão (PT). Além dos secretários da Administração e da Fazenda, participaram o secretário estadual do Planejamento, David Torres, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Manoel Pires, deputados e representantes de sindicatos representantes de servidores públicos.
